domingo, 20 de setembro de 2009

DEUS

" Uma professora de creche observava as crianças de sua turma desenhando. Ocasionalmente passeava pela sala para ver os trabalhos de cada criança.
Quando chegou perto de uma menina que trabalhava intensamente, perguntou o que desenhava. A menina respondeu: - Estou desenhando Deus.
A professora parou e disse: - Mas ninguém sabe como é Deus.
Sem piscar e sem levantar os olhos de seu desenho, a menina respondeu: - Saberão dentro de um minuto! " Anônimo (Revista Pais e Filhos)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Escrever...

'Escrevo há muito tempo.
Costumo dizer que, se ainda não aprendi,
não foi por falta de prática.'

MOACYR SCLIAR
Escritor e médico
No seu livro O texto, ou: A vida.

Desencanto

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.

Manuel Bandeira. Teresópolis, 1912

Saudade não existe


O que sinto agora não é Saudade, mas sim uma lembrança fortemente cravada em meu espírito, de forma que não consigo esquecê-la por um só segundo.

Aquecido, meu coração pulsa e confirma: Saudade não existe;

Ela está comigo.

domingo, 6 de setembro de 2009





Eu te amo.

De todos os nossos montes

fico com as encostas

De todas as nossas indagações

fico com as respostas

De todas as nossas destilairias

fico com as alegrias

De todos os nossos natais

fico com as bonecas

De todos os nossos cardumes

as moquecas.








Elisa Lucinda

Termos da nova dramática (Parem de falar mal da rotina)

Parem de falar mal da rotina
parem com essa sina anunciada
de que tudo vai mal porque se repete.
Mentira. Bi-mentira:
não vai mal porque repete.
Parece, mas não repete
não pode repetir
É impossível!
O ser é outro
o dia é outro
a hora é outra
e ninguém é tão exato.
Nem filme.
Pensando firme
nunca ouvi ninguém falar mal de determinadas rotinas:chuva dia azul crepúsculo primavera lua cheia céu estrelado barulho do mar
O que que há?
Parem de falar mal da rotina
beijo na boca
mão nos peitinhos
água na sede
flor no jardim
colo de mãe
namoro
vaidades de banho e batom
vaidades de terno e gravata
vaidades de jeans e camiseta
pecados paixões punhetas
livros cinemas gavetas
são nossos óbvios de estimação
e ninguém pra eles fala não
abraço pau buceta inverno
carinho sal caneta e quero
são nossas repetições sublimes
e não oprime o que é belo
e não oprime o que aquela hora chama de bom
na nossa peça
na trama
na nossa ordem dramática
nosso tempo então é quando
nossa circunstância é nossa conjugação
Então vamos à lição:
gente-sujeito
vida-predicado
eis a minha oração.
Subordinadas aditivas ou adversativas
aproximem-se!
é verão
é tesão!

O enredo
a gente sempre todo dia tece
o destino aí acontece:o bem e o mal
tudo depende de mim
sujeito determinado da oração principal.

Elisa Lucinda
29 de outubro de 1997

sábado, 5 de setembro de 2009

Poeira

"Nada do que aprendi,
Nada do que sei, é novo.
Nada do que sinto é só meu..
Nada do que vejo é novo,
Nada do que ouço é matriz.
A velha dor,
O presente desejo,
Sou poeira que fica na estrada..
Sou porto, Sou mar...
Nada do que digo,
Retrata o que sinto..
Me ancoro em meu porto,
Deságuo em meu mar,
E descanso..
Aguardando nova viagem..
Sou minhas próprias placas,
Numa estrada que percorro todos os dias.
Já não espero chegar..
Simplesmente quero ir..
Nada do que tenho,
Me faz parar de buscar.."

N. Aguiar

Estou com pressa


“Ando rápido..
Tenho pressa.
Vejo vidas sem destino..
Elas pedem pão.
Às vezes, paro. Alivio minha consciência.
Às vezes ignoro o que meus olhos vêem.
Queria mudar tantas paisagens..
Mas tenho pressa.
Queria mudar tantas paisagens,
Mas tenho pressa.
Queria saciar a fome destas crianças..
Queria calçá-las.
..Que Deus me abençoe, ouço.
Ignoro o que vejo, alguém fará por mim, espero.
Alguém com menos pressa.
Elas não tem um teto, exceto as estrelas.
Elas não percebem,
Estou descalço também.
Estou perdido também.
Mas somos diferentes,
..Eu não vejo o pôr do sol.
..Estou com pressa.”

N. Aguiar

O Óbice

Eis o óbice de tudo: querem de mim o que para mim próprio não possui valor. Enquanto isso, o prêmio maior que é meu [...] coração - tantas vezes reservado - fica sem destino.
Paráfrase - Rogério Tostes

A Indelinquência Mente-Realidade

Preparo-me para o grande dia. Com fogo ardente de paixão, canto o sonho encantado. Da rebeldia à rebelião. Sonho com ela todo dia. Surto delírios oprimidos, e caio ao choro quando me vejo assim, meio infeliz.
Em minha mente, tudo é real. Uma psicodelia vivente, esquizofrênica. Não consigo esquecê-la. Sonho, acordo, durmo, e o seu rosto, magnífico, me prepara para o tão esperado momento. Sempre, sempre, sempre... retorno a mesma indelinquência, quando percebo que essa que eu espero, não tem forma. E que o esperar me deforma o corpo.
A mente raciocina o momento ideal, o sonho perfeito. Enquanto o perfeito, passa; longe daquilo que eu tanto sonhara.

30/04/2009

Indelinquência = ?
Ela = ?

terça-feira, 1 de setembro de 2009

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A mente, que às vezes ousa acreditar que não existem milagres, é ela mesma um milagre. (Anônino)

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