domingo, 13 de junho de 2010

Foi quando ganhei um presente (pela imortalidade do bem)

Você já quis alterar o destino a tal ponto que o destino voltasse alterando você? É como se você batesse num saco de boxe e de repente o saco voltasse e batesse em você. Às vezes, isso é querer fazer o bem para que o bem volte para você mesmo. Você para, pensa, tem vontade de receber e decide fazer o bem, buscando o próprio bem. Altera o fluxo da energia.

Em não receber, termina de conceder, se esvazia. Se desgasta e quase se esvai na ambição de querer mais. Desperdiça seu potencial inerente, ingênuo em não saber selecionar, reter e demonstrar emoção nas horas certas.

Por vezes tentei: o saco de boxe nunca volta na hora esperada. O bem nunca volta quando você quer, é uma energia que flui independente da vontade de quem recebe. E esse querer o bem, é como uma carência interna, porque é, na realidade, a vontade de receber.

Quando eu era criança sabia que no dia do natal ganharia um presente. Quando cresci, queria criar um natal para ganhar presentes. Mas a vida não funciona assim. Você sempre ganha um impulso de alegria quando não espera. O movimento é retardado, às vezes antecipado, é desconexo, intermitente, dinâmico. O bem é investimento incomensurável, que não pode ser visto com os olhos da ambição, do egoísmo. É uma energia que circula onde existe espaço, onde se deixa passar, sem tempo certo.

O bem pede passagem às pessoas, são elas o canal de onde podemos receber e se doar, são onde podemos fazer brotar energia, alegria, felicidade. São elas a convicção de um mundo melhor, a prova disto é que um dia alguém chegará a você e te dirá um bom dia, te dará um presente, te olhará nos olhos ou contemplará tua beleza interior. O bem tem valor futuro infinito, está sempre circulando entre nós. Não escolhe raça, não escolhe vontade, não escolhe cor; não escolhe credo, nem mesmo teor. O bem nunca se acaba.

23:34 25Mar2010

Viver?

Não possuo talento algum para esse ofício do dia. Não entendo o que as outras pessoas querem dizer com viver, com estar no mundo, fazer parte de algo maior, de estar junto. Para mim isso não faz o menor sentido.

Quincas (http://flaubertianas.blogspot.com)